sábado, 21 de fevereiro de 2009

Estava parada,olhando como sempre.
Ele passou e eu nem sei dizer
o que exatamente me atraiu

O sorriso,pra variar eu comecei a checar os defeitos
como nunca ninguém me parecia interessante
achei que seria da mesma forma
mas eram interessantes

Os defeitos faziam com que ficasse do meu jeito.

Sentou ao meu lado,chegou perto senti seu dedo
em minha bochecha.

Um cílio,eu esquivei e me afastei
me pegou de surpresa,não estou acostumada
não disse nada..só estremeci ele proferiu alguma coisa.
e eu continuei

Em silencio.
e ele também
ficamos assim um tempo,até que me disse que tinha que ir

Era tarde.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ele sussura toda hora várias coisas,a gente que não ouve.

O vento.
Comprar um banquinho pensando em quantas vezes você vai topar o dedinho nele;anotar coisas na palma da mão pensando em quanto tempo ela vai ficar ali até começar a se desfazer;olhar pra uma calça velha e procurar todos os rasguinhos e desgastes de tempo,imaginando como eles foram acontecendo;contar pintinhas e tentar achar padrões pra elas;dias amarelos;dias cinzas;pensar em analogias filosóficas com pedrinhas jogadas no meio do asfalto;tentar ler o pensamento das pessoas quando cruzam com você na rua;ler expressões;ler movimentos;ter uma calça muito listrada;eu te amo;ver o desgaste das solas do tenis e perceber que ele é maior do lado direito inferior;covinhas;sardinhas;cachinhos;bochechas;chuva;por quantas mãos essa nota já passou?;em que rostos esse vento já bateu?