sábado, 11 de abril de 2009

o vento

Soprou e tirou o calor do seu corpo,quase ao mesmo tempo em que fazia a papelada do outro se espalhar no chão.Levando folhas secas para passear e fazendo com que os cabelos dela dançassem como que por vontade própria.
Fez o café dele esfriar,o balão da criança escapar e a franja nos olhos de alguém surgir.
O vestido dela levantou,mas não por muito tempo.
Às vezes alguém tossia com sua presença,ou suspirava.
Conseguia acariciar todos os rostos,levando a flor do cabelo dela ou o suor da testa dele.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Encarando o açucareiro à tarde.
Travaria uma guerra contra todas elas.
Malditas,não as compreendia...como conseguiam ser tão organizadas?Nunca perdiam o foco,sempre juntinhas confabulando (ele sabia que elas confabulavam muitas coisas).
Mudava suas coisas de lugar,seus habitos,já tinha experimentado de todos os tipos de 'soluções' inventadas para combatê-las mas realmente não estava funcionando,matar todas elas pra quê?Sempre vão aparecer outra e mais outra e mais outra..estão por toda a parte e não consiguia se manter longe,elas acabam vindo até ele sozinhas.De longe são todas bonitinhas,pequenininhas,aparentemente inofencivas...agora não tem outra coisa que ocupe a sua mente a não ser o problema que elas me causaram.Dinheiro!O dinheiro que gastou com elas,tenho que dizer...é o que o perturba mais.
Mas tinha que admitir que eram inteligentes,um dos serezinhos mais inteligentes.Sei que com isso ele concordava embora as insultasse sempre,elas davam a volta por cima dele quando quisessem.
A incapacidade de entendê-las o revoltava ao mesmo tempo que a complexidade dos seus atos o encantavam,encantavam tanto que o faziam espumar.

"Malditas formigas",ele repetia fazendo uma barreira de cravos ao redor do açucareiro.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Teoria dos Joelhos

Não sei.Estava agora pouco no banho e me veio à cabeça sobre os joelhos.Não se cita normalmente nada sobre joelhos estéticamente bonitos ou feios,são apenas joelhos.Pensei comigo mesma se conseguiria identificar um joelho bonito,e conclui que não.Aí me perguntei se conseguiria apontar um joelho feio,e eu tive quase certeza de que conseguiria.Tive a visão do joelho feio em minha mente,ossudo,surrado,com algumas cicatrizes de uma infancia bem aproveitada.Não era bonito.E tendo visão de um joelho feio,soube que poderia pensar em um bonito.Ou seja,tive a visão de um extremo e consegui visualizar o outro.Acho que extremos estão sempre ligados um ao outro,se você tem conhecimento de um,você sabe como é o outro.Consegui adaptar esse pensamento em vários outros contextos,não tenho certeza da finalidade...mas achei interessante.
Alias,isso já deve estar escrito em algum livro,algum lugar...alguém já deve ter pensado nisso.Ah,quantas coisas que penso que acabo não escrevendo também...