quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

TROQUEI DE BLOG.

http://arrostei.blogspot.com/


:)

sábado, 25 de setembro de 2010

A intensidade da vontade de lançar-me a você é a quase a mesma de tentar me afastar.
Engraçado, o comodismo acabou em comodismo. Antes comigo e agora com você.
A diferença é que o meu comodismo se transformou em amor e teu amor se transformou em comodismo. Como lidar com isso agora?
As situações se inverteram e quem passa por maus bocados agora, sou eu.
Queria ignorar tudo isso, mas estaria ignorando a mim mesma para ouvir você e acho que já fiz isso por tempo suficiente.

sábado, 17 de julho de 2010

Que me diz de ser engolido?
Sim, empurrado goela abaixo e ir se debatendo por todo o esôfago, caindo desconfortávelmente no estômago e digerido de qualquer jeito.
Hein? Que me diz?
A pressa é tanta de te consumir que mal percebem se é doce ou ácido. Gostam disso, não dá trabalho para a mente, e sinceramente acho que você também gosta.
A praticidade de engolir e ser engolido é incrível, mesmo que faça mal mais tarde.
Consomem o que é visto, sem se dar ao trabalho de sentir o cheiro fétido que é exalado.
Passa mal? Cá estou lhe mostrando o motivo da tua disenteria.
Sim, chamo de disenteria isso que acontece em sua mente porque o mal estar, se não é o mesmo, é pior.
E quando é saboreado? Já teve a chance de ser saboreado?
Quando cada centímetro quadrado do seu ser é degustado com calma, estudado, questionado.
Faz com que cada um que te experimente, que te saboreie provoque alguma reação dentro de você. Não existe degustação unilateral, é recíproco e acontece em sincronia. A ingestão é mútua.
Não te culpo se nunca passou por isso, só acho que deve prestar mais atenção ao que poe na sua boca.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Eco

Olhei para o espelho naquela manhã, tentei ser simpática mas ele cuspiu em mim.
Cuspiu em mim tudo o que estava bem no fundo do seu reflexo, do reflexo dos meus olhos e do reflexo do reflexo dos meus olhos.
Tudo escorrendo com detalhes e uma calma incríveis sobre mim, como pôde? Misturou todos os meus anseios e minhas certezas de forma grotesca e me mostrou. Mostrou e não se deu por satisfeito, conseguiu realmente me convencer que aquilo, que sempre andou dentro de mim, estava agora longe demais e difícil de se tornar real.
Distorceu tudo e me ludibriou tão bem que lhe tenho até admiração. Creio que ele planejava aquele bote há tempos porque me pegou da maneira mais frágil, enquanto sorria.
Não olhei mais para ele por um bom tempo, e com o passar dos dias fui me acostumando àquela realidade que foi posta literalmente diante de mim. Costume, sim. Não pensei mais sobre aquilo, mal conversava comigo mesma e os dias foram correndo. Passava longe dos espelhos por receio, não conseguindo ver o quão desgrenhada estava.
Em raros momentos em que meus olhos e pensamentos não estavam fixos em várias outras coisas "importantes", encontrava meus dedos dançando alguma coisa, me via fazendo caretas para crianças no ônibus, desenhando cogumelos nas bordas das folhas do caderno e imaginando a vida das pessoas que passavam por mim na rua, qual era o nome do gato delas e o que tinha dentro de todas aquelas pastas e maletas.
Fui emergindo de dentro de mim aos poucos, como uma raíz concretada o faria, espontanea e vagarosamente sem dar satisfações. Fiz muita falta à mim mesma.

quinta-feira, 11 de março de 2010

É desconfortável admitir que se foi...
Depois de misturado o amarelo, o azul sempre será verde.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O abajour se tornou meu sol. Não havia nuvens em meu quarto pálido.
Ao som minimalista da orquestra rodoviária, meus pensamentos eram embalados em pacotes de papel pardo e mandados para longe. Onde, quando alguém o recebesse, iria abrir e sorrir com apenas um canto da boca e pensaria em mim por uns 10 minutos. Já era suficiente.
Mesmo no inverno, gosto de deixar uma perna para fora do cobertor, gelada. É incrível sentir duas coisas ao mesmo tempo, mesmo agora, me sinto feliz e melancólica e não sei aonde quero chegar com esse papo mole.
Acho que não quero ir a lugar algum, tenho meu sol bem em cima do meu criado mudo, que está ao meu lado. Os outros planetas giram no teto do meu quarto, um ao redor do outro e gosto de acompanha-los com os olhos. Por que há necessidade de se ter um ponto fixo em um raciocínio? Eu raciocino em função do agora. Creio que chove de leve lá fora, ou talvez tenha sido algum outro instrumento que despertou no meio da música.
Em certo momento minha cama parece estar à deriva, com movimentos leves e tranquilos. Sempre imaginei isso quando criança, antes de dormir... que minha cama estava à deriva, à noite. Claro, porque já disse...meu sol é meu abajour e o alcance de iluminação dele se limita ao meu conforto. E meu conforto no momento não passa da sensação que se tem quando se abraça a toalha quentinha que foi deixada no sol, aguardando que eu saísse da piscina.
Agora é que me veio à cabeça, onde estarão meus sapatos que estavam guardados debaixo da cama? Se bem que não pode se chamar de guardado uma coisa que foi apenas empurrada pra um lugar escuro, fora do campo de visão. Meus sapatos não estavam guardados mas sim no aguardo. No aguardo do surgimento dos meus calcanhares pra fora da cama, no aguardo de serem puxados apressadamente para a claridade do abajour e serem calçados. Mas no momento prefiro ficar descalça, observando meus pés se moverem ao som da música (são bons dançarinos quando não estão se movendo com o resto do meu corpo).
Apesar dos meus dedos não agirem, os obrigo a se moverem, escrevendo.
Parece que minha mente se recusa a abrir, mede cada palavra que desperta com despreso.
Só o fato de ter começado dessa forma já me enoja...sempre que começo um texto é explicando que não sei sobre o que vou dissertar mas mesmo assim acabo fazendo e apago o começo onde explicava tal coisa.
Na realidade, o que realmente surgem à minha mente são frases e situações soltas...
Hoje por exemplo, me veio sobre a morte de alguém. Alguém que quisesse ser enterrado com flores sobre os olhos. Sempre anoto esse tipo de coisa pra tentar agrupar tudo algum dia, só que esse dia não chegou ainda.
O que é mais certo ainda, é que odeio escrever sobre mim. Assim, diretamente...odeio muito então não vejo motivos pra continuar escrevendo essa merda aqui.
Daqui a pouco eu volto e escrevo outra coisa.