domingo, 12 de julho de 2009

PARA DE ME PERSEGUIR!
gritou dessa vez,não aguentando mais aquela situação.Desde que ele apareceu em sua vida ela se sentia observada quando saia para dar uma volta sozinha à noite mas nunca foi um encomodo,sempre foi uma das melhores companhias que ela já teve.Mas agora não.Tinha certeza que todos os seus movimentos estavam sendo medidos,que os olhos que a acompanhavam agora não a penetravam mais,mas a dilaceravam em várias partes que iam ficando pela calçada e não havia absolutamente nada que ela pudesse fazer.Agora nem certeza de seu caminho ela tinha,totalmente atordoada pela observadora que cismava em lhe fixar a nuca,os ombros.Ela podia sentir.
Sentou-se no meio fio,tentou dialogar.Disse que antes não era desse jeito,disse que era algo importante para ela e que antes se sentia extremamente bem sendo observada assim.Disse que depois que ele foi embora nada mais foi igual,nada mais.Nem seus passeios,nem sua companheira e observadora íntima estão as mesmas.
Levantou de súbito,envolta por uma raiva descomunal e gritou de novo para que parasse de olhar pra ela e seguir seus passos.
Mas a Lua nunca realmente desistiu.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Não sabia bem se aquele momento era importante,mas sentiu o sangue circular mais rápido e a necessidade de ocupar suas mãos com alguma coisa.Não adianta,mas é mais confortável.Queria saber o que dizer em uma hora daquelas,ter uma reação programada e se sentir segura o suficiente para não chorar embora a vontade a apertasse e era tão desconfortável quanto uma coleira para um cachorro gordo.Aqueles segundos eram importantes,ela sabia de alguma forma.E a saudade depois?Como fica?Como seguiria sua vida,se ela estava subindo naquele ônibus e seu corpo ficando para trás?Porque era isso que ela parecia,apenas a pele e ossos quando o abraço terminou.
Despedidas assim acontecem a todo tempo,ela realmente estava acostumada a isso pois trabalhava naquela maldita estação de trem a uns anos...
Via os casais e gostava de se imaginar ali,na janela do trem que partia fazendo juras de amor para alguém que ficava.
Ela permanecia assim em transe,pensando nessas cenas até que alguém batesse no vidro do seu balcão para comprar um bilhete para algum lugar.