segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Viajar à noite.
Obrigar-se a tomar um banho de chuva sozinho.
Colocar o rosto para fora da janela com o carro em movimento.
Pular em uma cama elástica.

Tentar lavar,inutilmente,a sua alma.Como se suas aflições se esvaissem com a água na sarjeta,com o vento pelo fim da estrada,com a escuridão.
Até que os vagalumes começam a aparecer,seus dedos estão tão frios que não consegue mais senti-los e seu cabelo esteja totalmente emaranhado.
Você ainda está só,ainda tem suas aflições,mas está limpo.Limpo de tal forma que seu corpo se torna mais leve e seus passos já se formam de outra maneira,para outro caminho talvez.
Limpo,temporariamente.Seus pensamentos não se tornam nada além de um grande suspiro...um suspiro infinito para aquele momento.Limpo,um suspiro macio sem hesitações.Um suspiro que não tem de ser esperançoso,apenas limpo.
Uma solidão necessária.Para que o suspiro ecoe num mundo só seu,onde só você o ouça e até o veja.
Um suspiro azul que lhe enxe o peito e mesmo depois de esvaziá-lo parece que continua lá.É,talvez ele esteja sempre lá...guardado

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